O último São Paulo x Grêmio, dia 24 de maio, foi mais um capítulo na história de Oziel Oliveira, morador de Lucas do Rio Verde (MT). Após ficar conhecido por arrecadar dinheiro na internet para realizar uma cirurgia de reconstituição de face, o jovem são-paulino foi personagem de um documentário do canal National Geographic, “Histórias Extraordinárias”, através do qual pode concretizar outro sonho, conhecer seus maiores ídolos do time do coração.
Ainda no primeiro turno, na sétima rodada, diante do Grêmio, no Morumbi, de surpresa, os produtores do documentário proporcionaram o momento especial para Oziel. Dizendo que iriam para um restaurante fazer mais gravações, o jovem, que estava acompanhado da mãe, chegou ao Morumbi, e se emocionou.
“Foi maravilhoso. Inesquecível. Desci do carro tremendo, nunca esquecerei o que fizeram por mim. É muito difícil o Tricolor jogar perto da minha cidade. Quando vinha fazer exames em São Paulo, minha mãe ficava com medo de vir ao estádio, porque conhecemos pouco a cidade”, vibrou Oziel, que pode ver a equipe vencer por 1 a 0, gol de Lucão no segundo tempo.
Após a partida, Oziel pode descer no vestiário e conhecer os jogadores. “Rogério é o meu maior ídolo. Luis Fabiano foi muito atencioso comigo. Estou emocionado, muito feliz. Só prova que quem tem sonhos e acredita, pode conquista-los”, disse entre fotos com os atletas.
E é nesta mesma esperança e com alegria de viver que Oziel segue no aguardo de sua cirurgia de reconstrução facial. Apesar de ter conseguido dinheiro suficiente para a cirurgia, o são-paulino aguarda por algum hospital e ainda busca meios de morar em São Paulo.
“A cirurgia é bastante complexa. O hospital precisa ser bem equipado para isso. Além do mais, terei que ficar de 15 a 20 dias em um leito de UTI. Apenas uma diária em um desses hospitais custa média de R$15 mil. Somado a isso, teria que residir em São Paulo, pois necessitarei de acompanhamento por um tempo”, contou.
Oziel, ainda aos 9 anos, descobriu uma carne esponjosa na boca. Porém, em sua cidade natal, tratou como se fosse apenas uma bactéria. Aos 15 anos, em São Paulo, descobriu que era câncer, tendo que retirar o maxilar, lábio e parte da língua, que estavam comprometidos.
Curado do câncer raro, o são-paulino tem um alargador nas costas de silicone, para esticar a pele, que vai ser retirada e colocada no rosto no ato da cirurgia. Agora, busca alguma solução em hospitais que possam colaborar, parceiros ou apoiadores que viabilizem a estadia. Quanto a residência, Oziel alugará, dentro de suas modestas possibilidades, uma casa.
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