Manoel Raymundo: Um dos maiores bastiões do Tricolor

Manoel Raymundo: Um dos maiores bastiões do Tricolor

Calendário 21/10/2014 - 13:59
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Rubens Chiri / saopaulofc.net
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Arquivo Histórico do São Paulo FC
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O São Paulo Futebol Clube, na noite da última segunda-feira, dia 20 de outubro, perdeu uma pessoa de suma importância em sua existência e história: Manoel Raymundo Paes de Almeida, aos 92 anos.

Nascido em Uberaba, em 1921, Manoel Raymundo Paes de Almeida foi um dos maiores fortalecedores da são-paulinidade. Sócio do clube desde 1934, ainda nos tempos do bairro da Floresta, Manoel ajudou a reestruturar o Tricolor no fim da década de 30, sendo um dos sócios mais ativos, dentro e fora dos bastidores. 

Em 1939, ainda na Mooca, Manoel Raimundo fundou a primeira torcida uniformizada do Brasil, o Grêmio-Sampaulino, que mais tarde seria rebatizado como TUSP – Torcida Uniformizada do São Paulo. Foi a partir de ações dele e de Porphyrio da Paz, que mosaicos de torcida e outras ações desse tipo apareceram nos campos do Brasil. Em 1943, ajudou a organizar o famoso desfile de campeão da “Moeda que caiu em pé”, uma verdadeira marcha sob luzes de tochas na noite paulistana.

Tomou parte nas diretorias extremamente vencedoras do Rolo Compressor nos anos 40 e chegou ao futebol profissional nos anos 50. Como diretor da categoria, trouxe Béla Guttmann ao São Paulo e revolucionou o esporte no Brasil. Entendia tanto do assunto que, por três vezes, também comandou o time diretamente do banco de reservas, em situações de troca de treinadores (Com Manoel no comando, foram 7 vitórias, 6 empates e somente 2 derrotas).

Em 1966, durante oito meses, Manoel Raymundo assumiu interinamente a presidência do São Paulo, pois Laudo Natel, presidente efetivo, também provisoriamente e pelo mesmo período se tornou Governador do Estado de São Paulo. O ex-governador Laudo Natel, patrono e sócio grã-benemérito do clube, lamentou a morte do amigo, porém, lembrou que ele está eternizado. “Uma grande figura como homem e desportista. O nosso São Paulo Futebol Clube deve muito a ele. Será sempre lembrado“.

Como se não bastasse, Manoel Raymundo foi também um dos visionários que convenceu Cícero Pompeu de Toledo a construir o Estádio do Morumbi. Ação a qual esteve diretamente ligado, participando da Comissão Pró-Estádio. Por todo o serviço que prestou ao clube, Manoel Raymundo foi justamente homenageado várias vezes com títulos e comendas. Seu nome também batiza o complexo social e recreativo do Morumbi, junto ao estádio. 

Durante o velório, o presidente do São Paulo FC, Carlos Miguel C. Aidar, lamentou. “O São Paulo perde uma grande liderança, um homem exemplar. Ele foi um dos três grandes sócios beneméritos, que muito contribuiu para o patrimônio do clube“.

Presidente do Conselho Deliberativo, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, lastimou: “Esse era um são-paulino na mais alta acepção da palavra. Aqui, onde está sendo velado (Salão nobre do Estádio Cícero Pompeu de Toledo), foi uma segunda casa dele, um lugar que ele teve grande participação na existência. Foi um grande são-paulino, que sempre honrou essa instituição. Uma grande perda para a história e para os que ficam“.

Júlio Casares, Vice-Presidente de Comunicação e Marketing, sempre terá Raymundo Paes de Almeida como referência. “O São Paulo perde um inesquecível abnegado. Sempre foi uma grande inspiração para mim e nas ações que tento desenvolver no clube“, finalizou.

 

MANOEL RAYMUNDO PAES DE ALMEIDA

Nascimento: 11 de novembro de 1921 (Uberaba, MG)
Falecimento: 20 de outubro de 2014 (São Paulo, SP)

  • Sócio nº 3 (desde 1934)
  • Grande Benemérito desde 2002
  • Sócio Benemérito desde 1960
  • Presidente do Conselho Consultivo de 1973 a 1980 (4 mandatos)
  • Membro Nato do Conselho Consultivo desde 1984
  • Membro Vitalício do Conselho Deliberativo desde 1973
  • Conselheiro Eleito de 1941 à 1974 (8 mandatos consecutivos)
  • Presidente Interino da Diretoria de 1966 a 1967
  • Vice-Presidente da Diretoria de 1964 a 1968 (2 mandatos)
  • Diretor de Futebol Profissional de 1956 a 1964 (4 mandatos)
  • Diretor Social de 1946 à 1949 e de 1951 a 1954 (4 mandatos)
  • Secretário da Comissão Pro-Estádio em 1958
  • Membro da Comissão Pró-Estadio de 1962 a 1966
  • Membro Nato da Comissão Pró-Estadio de 1966 a 1978
  • Técnico da equipe de futebol profissional entre 1958 e 1961 (3 oportunidades)
  • Agraciado com a comenda da Ordem da Perseverança São-Paulina
  • Agraciado com a placa do Jubileu de Ouro
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