Hoje, 23 de junho, comemora-se o centenário de um dos maiores nomes da arquitetura nacional: João Batista Vilanova Artigas. Foi Artigas aquele que primeiro imaginou o Estádio do Morumbi, sendo o responsável pelo projeto original do maior estádio particular do Brasil, hoje.
VILANOVA ARTIGAS
O engenheiro e arquiteto João Batista Vilanova Artigas foi um gênio de sua época. Era adepto do “brutalismo”, concepção de arquitetura que realça o concreto exposto, sem uso de tintas ou revestimentos, deixando as construções com aspecto natural, tornando-as impactantes e puras. Seu estilo peculiar deu origem ao gênero conhecido como “Escola Paulista”. Entre suas principais obras, além do Morumbi, se encontram o edifício da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, o prédio Louveira, em Higienópolis, o Parque CECAP, em Guarulhos e o Hospital São Lucas, em Curitiba.
O MORUMBI
Em 1952, quando o São Paulo iniciava o grande sonho de erguer um gigante em meio ao nada, três escritórios de arquitetura famosos apresentaram projetos para o futuro estádio: A empresa soviética Antonov & Zolnerkevic, a firma de Gilberto Junqueira Caldas e o escritório de Vilanova Artigas, Gastão Rachou Jr, José Carlos Pinto, Carlos Cascaldi e David Ottoni.
O projeto russo era o mais grandioso. Complexo e futurista, com cobertura retrátil e de vidro. Entretanto a vencedora foi a concepção de Vilanova Artigas. O principal atrativo desse projeto era a capacidade de público: 120 mil pessoas, originalmente. O menor custo de manutenção do estádio, nessa concepção, também foi um fator decisivo.
Em 10 de março de 1953, o São Paulo FC apresentou ao público a maquete da futura praça esportiva. O projeto original contava com estádio de futebol, ginásio poliesportivo ao estilo “Morumbizinho” com capacidade para 20 mil pessoas, praça de atletismo e parque aquático com três piscinas (uma olímpica), ambos com arquibancadas para 5 mil pessoas, além de diversas quadras poliesportivas e sede social. Mas em 1954, Artigas doou os direitos do projeto ao próprio clube, que realizou alterações na concepção a fim de aumentar ainda mais a capacidade do estádio (unificou dois níveis de arquibancadas). Quando inaugurado concluído, em 1970, a capacidade era para 156 mil pessoas – o maior estádio particular do mundo.
O projeto de Vilanova Artigas deu origem a uma construção forte, robusta, de linhas arrojadas e ao mesmo tempo agressivas. As 72 famosas colunas em “y”, chamadas gigantes, sustentam 700 toneladas de peso cada uma. Verdadeiramente uma estrutura colossal, tanto que o programa “O Mundo Sem Ninguém – América Latina”, do History Channel, afirmou, categoricamente, que o Estádio do Morumbi seria uma daquelas obras que durariam milênios, mesmo sem ninguém para resguardá-la.
O DOCUMENTÁRIO
Para celebrar o centenário do grande arquiteto, a Olé Produções,
Laura Artigas e Pedro Gorski realizaram o documentário “Vilanova
Artigas – O Arquiteto e a Luz”. O documentário estreia dia 25
(quinta-feira) no circuito do Espaço Itaú de Cinema.
Saiba mais sobre a produção em conteudopublicacoes.com.br/artigas/
Confira o
trailer sobre o estádio do Morumbi, o
oficial do documentário e a agenda de
eventos:
Cinema
25/6 – A partir dessa data, a exibição do documentário Vilanova Artigas: O Arquiteto e a Luz, de Laura Artigas, nas salas do Espaço Itaú de Cinema
Palestra
1º/7 – o arquiteto Paulo Mendes da Rocha, que foi assistente de Artigas, fala sobre ele no Itaú Cultural, às 20h. Entrada franca
Livro
1º/7 – Historiadora Rosa Artigas, filha do arquiteto, lança Vilanova Artigas, em que são analisados 43 dos seus 700 projetos, selecionados pelo arquiteto Marco Artigas, neto do homenageado
Infantil
11/7 – lançamento do livro A Mão Livre do Vovô, às 14h30, com desenhos de Artigas para crianças
OCUPAÇÃO VILANOVA ARTIGAS
Itaú Cultural. Av. Paulista, 149, 2168-1776. 3ª a 6ª, 9h/20h; sáb. e dom., 11h/20h. Abre hoje, 20h, para convidados. Grátis. Até 9/8.