Em busca de uma vaga do G-4 do Campeonato Brasileiro, que consequentemente renderá um lugar na Libertadores da América de 2016, o elenco tricolor conta com um aliado que ‘não entra em campo’, mas que tem papel fundamental na preparação dos atletas: a fisiologia. Para minimizar os efeitos dos desgastes nesta reta final de temporada – paralelamente ao trabalho da preparação física -, o departamento coordenado pelo fisiologista Rogério Neves reforça a equipe são-paulina para encarar este momento decisivo de 2015.
Área do conhecimento científico que estuda como o organismo se adapta fisiologicamente ao estresse agudo do exercício físico e ao estresse crônico dos treinamentos e dos jogos, a fisiologia desenvolve uma função importante nesta fase, já que a comissão técnica teve a possibilidade de recuperar os atletas na pausa do calendário do futebol brasileiro para os jogos da Seleção, que disputa as Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018.
Após o duelo com o Cruzeiro (1 x 2), no Mineirão, no último dia 8, o elenco ganhou tempo para descansar e se preparar para o próximo compromisso, que está marcado somente para o dia 19, no Morumbi, contra o Atlético-MG. E este intervalo na tabela tem sido benéfico para os jogadores, garante o fisiologista tricolor. “Existe uma sintonia entre os departamentos envolvidos na preparação do atleta. Utilizamos estes dias de interrupção do campeonato para aprimorar o treinamento global e acelerar o processo de recuperação dos atletas “, explica Neves, que acrescenta.
“Durante esta fase procuramos manter a forma física dos jogadores, trabalhando na intensidade de jogo. São treinos intensos, porém curtos na duração. O monitoramento do estado de recuperação se faz através de alguns procedimentos e marcadores de desgaste muscular. Assim, podemos atuar de forma mais direcionada à recuperação fisiológica e muscular dos atletas, utilizando ações que possam promover uma maior oxigenação tecidual e consequentemente diminuir o estado inflamatório gerado pelo exercício físico. A reposição imediata de suplementos, ativação muscular e circulatória, crioterapia, eletroestimulação, compressão pulsátil e massagens são alguns dos procedimentos utilizados para acelerar este processo de Recovery”, afirma.
Até aqui, com as disputas do Torneio Super Séries, do Campeonato Paulista, da Libertadores da América, da Copa do Brasil e do Campeonato Brasileiro, o São Paulo disputou 67 jogos – média de um duelo a cada quatro dias, aproximadamente, desde a estreia na temporada. “Nesta reta final de temporada, tem o acúmulo do ano, mas em relação ao desgaste, conseguimos manter um nível de performance equilibrada e um estado de recuperação muito bom entre os atletas. Por isso, tivemos poucas lesões musculares ao longo deste período”, exemplifica o fisiologista, que emenda.
“Com a maratona de jogos, fica difícil manter um ritmo forte nos treinamentos, porque praticamente jogamos e recuperamos. Consequentemente, ocorre um descondicionamento natural, pois não há tempo para treinos. Mas, com essa pausa na tabela, estamos conseguindo realizar treinamentos mais específicos e que possam contribuir para o aprimoramento da condição física dos atletas. A proposta é que possamos atingir um estágio de desempenho adequado nesta reta final de temporada. Temos observado uma resposta muito boa por parte dos atletas”, finaliza.