12 a 1! A maior goleada da história do São Paulo!

12 a 1! A maior goleada da história do São Paulo!

Calendário 8/07/2018 - 13:34
Divulgação
Érico Leonan / saopaulofc.net
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No dia 8 de julho de 1945, em uma partida realizada no Estádio do Pacaembu e válida pela primeira rodada do returno do Campeonato Paulista, o São Paulo aplicou a maior goleada da história do clube (igualando uma ocorrida em 27 de agosto de 1933, contra o Sírio): 12 a 1, no modesto Jabaquara, de Santos.

O São Paulo, que naquela altura já liderava a competição de que viria a sagrar-se campeão, não tomou conhecimento do adversário e poderia ainda ter terminado o jogo com contagem mais elevada no placar. O destaque ficou para o capitão Leônidas da Silva, que marcou quatro belos gols, inclusive um de “letra” e relembrou as memoráveis atuações do centroavante pela seleção brasileira.

 

Os gols

O jogo foi o famoso “vira seis, acaba doze”, pois ao fim da primeira etapa o São Paulo já goleava por meia dúzia a zero. O primeiro tento da partida nasceu aos 17 minutos, de erro do goleiro aurirrubro, que lançou a bola aos pés de Remo. Este, mesmo 30 metros distante da meta, acertou um sem-pulo forte e primoroso, no canto esquerdo do arqueiro.

Mal recomeçou a partida e, aos 18 minutos, Remo e Sastre recuperaram a bola no meio-de-campo. O último lançou Leônidas no centro, que, entre a zaga, achou espaço e chutou livremente para marcar o segundo do Tricolor.

31 minutos da primeira etapa e contra-ataque do São Paulo: Bauer avançou pelo meio e passou a Barrios, na ponta esquerda. O paraguaio cruzou alto em direção à trave e Teixeirinha tentou cabecear, mas não alcançou a pelota, que sobrou mansa para Leônidas pôr no fundo das redes: foi o terceiro gol são-paulino.

A essa altura o time tricolor já colocava os adversários na roda. Envolvidos pela troca de passes, nada puderam fazer quando, aos 38 minutos, Barrios correu à linha de fundo e cruzou rasteiro com força para Teixeirinha, que vinha sozinho dentro da área, completar com calma para o gol: 4 a 0.

Menos de um minuto depois, nova jogada de tirar o fôlego. Leônidas lançou Barrios em profundidade e este tocou para Sastre, que cruzou à meia altura para Remo, na pequena área, arriscar um semi-peixinho e balançar novamente as redes: foi o quinto gol do Tricolor.

Aos 42 minutos, o São Paulo marcou o sexto gol com Leônidas, de cabeça, em jogada que nasceu de Teixeirinha, pela ponta esquerda.

 

Não perca as contas

Melhor descrição para o sétimo gol do Tricolor é a reportada por A Gazeta Esportiva do dia seguinte ao jogo: “Barrios, aos 8 minutos: Sastre cedeu a Leônidas, que, depois de envolver Gambá, cedeu a Barrios. O paraguaio cerrou decididamente e fuzilou sem apelação: São Paulo 7 a 0 (Já estamos cansados de descrever tantos gols…)”.

O oitavo gol são-paulino foi o mais bonito. Sastre recebeu a bola de Remo e viu Leônidas se deslocando entre três marcadores, aos 11 minutos. Deixando-os para trás, o centroavante ficou frente a frente com o goleiro ao receber a bola lançada. Genialmente, Leônidas só tocou de calcanhar para o fundo do gol.

Mantendo a pressão, aos 15 minutos Bauer avançou até a entrada da área do Jabaquara e deixou o couro com Don Antonio Sastre, que esticou o lance para Teixeirinha, na esquerda. O ponta fingiu o cruzamento e cortou para dentro, correndo rapidamente à área e à meta do arqueiro Joãozinho, que nada pôde fazer para evitar o novo gol do Mais Querido.

 

Falta pouco

Mal a partida foi recomeçada e… outro gol são-paulino! Aos 17 minutos, Leônidas driblou dois marcadores mas recuou, tudo para suspender a bola com maestria sobre os adversários na entrada da grande área. Remo, sozinho, recolheu-a e, sem deixá-la cair no chão, bateu com violência, estufando a baliza do time praiano mais uma vez. Dez a zero!

Bom, aí o árbitro se compadeceu e marcou um pênalti para o Jabaquara diminuir a contagem. Gradim marcou. De acordo com A Gazeta Esportiva: “Até que enfim o Jabaquara marca seu único tento, quebrando dessa forma a monotonia da descrição dos sucessos do Tricolor… A linha rubro-amarela resolveu fazer alguma coisa na… vida”.

Nessa altura, o Tricolor tirou um pouco o pé do acelerador e só voltou a marcar (como se precisasse) aos 40 minutos. Sastre, que deixara para trás um oponente, tocou para Leônidas, que, com boa visão, abriu na direção de Teixeirinha. O ponta avançou rapidamente e chutou forte nas malhas: 11 a 1!

Quando não sobrava tempo para muita coisa, eis que a linha ofensiva são-paulina aprontou novamente. Sastre, na linha de fundo, tocou para a pequena área, onde a bola encontrou Remo, que não fez outra coisa senão colocar com categoria no canto direito do goleiro. 12 a 1! Glória, acabou!

Foi a maior goleada do Tricolor em todos os tempos – ao lado daquela de 1933, mas os relatos sobre esses outros doze gols ficam para uma outra oportunidade!

 

08.07.1945
Campeonato Paulista
São Paulo (SP). Estádio do Pacaembu
SÃO PAULO Futebol Clube (SP) 12 x 1 JABAQUARA Atlético Clube (SP)

SPFC: Gijo; Piolim e Virgílio; Bauer, Ruy e Noronha; Rubén Barrios, Antonio Sastre, Leônidas/capitão, Remo e Teixeirinha. Técnico: Joreca.     

Gols: Remo, 17/1; Leônidas, 18/1; Leônidas, 31/1; Teixeirinha, 38/1; Remo, 39/1; Leônidas, 42/1; Rubén Barrios, 8/2; Leônidas, 11/2; Teixeirinha, 15/2; Remo, 17/2, Teixeirinha, 40/2; Remo, 44/2

JAC: Joãozinho; Zé Maria e Gradim; Gambá, Mário e Souza; Alemão, Baltazar, Baía, Leo e Tom Mix.

Gols: Gradim (pênalti), 19/2

Árbitro: Jorge Miguel
Renda: Cr$ 54.453,00

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