Fabrício passou de principal reforço no ano para incógnita. Uma
sequência de lesões atrapalhou a vida do camisa 8 no São Paulo. Mas
o volante quer deixar isso no passado e projeta um recomeço no
clube paulista após se recuperar de um estiramento na panturrilha
direita.
Totalmente recuperado, Fabrício e toda comissão técnica tiveram
cautela para o retorno. Desde o último dia 11 de maio, o jogador
faz trabalho extra com a preparação física. Liberado para treinar
com o grupo, o são-paulino confessa que agora está na sua melhor
forma.
“Estou me sentindo muito bem, fiz uma preparação boa. Foram
quase duas semanas de treinos físicos e agora voltei a mexer com a
bola, para me adaptar ao treino técnico. Tivemos o tempo necessário
para trabalhar e a confiança está voltando”, ressaltou
Fabrício.
Mas a trajetória não foi fácil. Ainda na pré-temporada em Cotia,
Fabrício teve de se recuperar de uma lesão no calcanhar esquerdo.
Após semanas de tratamento, o camisa 8 estreou diante do
Bragantino, no dia 22 de fevereiro. Porém, foram 22 minutos em
campo antes de sentir uma lesão na panturrilha direita.
De volta ao REFFIS, Fabrício seguiu a rotina de uma atleta
lesionado. A partida contra o Ituano, no dia 1⁰ de
abril, parecia ser o retorno ideal. Expectativa que durou até
o jogo seguinte diante do Mogi Mirim, no dia 8. Neste duelo, a
panturrilha voltou a ser um problema para o jogador.
Momento difícil até mesmo para um experiente atleta. Dias de
questionamentos, críticas e muitas dúvidas. Fabrício se colocou em
xeque. No entanto, aos 29 anos, o camisa 8 soube ouvir,
armazenar e usar as críticas a seu favor.
“A gente escuta o pessoal falar, né. Você fica chateado, pra
baixo, mas sempre buscando forças para superar tudo isso. Passa
aquela coisa na cabeça de saber se não vai jogar mais, se vai
voltar bem ou não. Você fica desconfiado. Mas isso já passou e
estou me sentindo muito bem”, completou o jogador.
Fabrício poderá estar em campo no próximo dia 6 de junho contra
o Internacional, em Porto Alegre, pelo Campeonato Brasileiro. Na
expectativa, o são-paulino conversou com o Site Oficial e você
acompanha agora a entrevista com o volante, que quer voltar a ter
status de principal reforço.
Estou me sentindo muito bem, fiz uma preparação boa. Foram quase
duas semanas de treinos físicos e agora voltei a mexer com bola
para me adaptar ao treino técnico.
Agora é diferente. Tivemos um tempo necessário, conversamos
bastante com a comissão, com o pessoal do REFFIS. Cada caso é um
caso, tem de se preparar bem. Nos outros anos não fiz uma
pré-temporada. Então pegamos um pouco mais de tempo e fizemos cada
etapa como tem de ser feita. Fiz REFFIS, depois parte física e
finalmente com a bola. Agora é aprimorar a parte técnica com o
Leão.
Sem dúvida nenhuma foi esta segunda lesão. A primeira também foi
muito ruim, mas quando você reincide é preocupante. Passa pela
cabeça se você não vai jogar mais. A gente escuta o pessoal falar,
né. A imprensa, torcida e a gente fica na dúvida. Fico chateado,
mas tento arrumar forças para superar. Você fica pra baixo, mas no
final as críticas dão ainda mais força para superar os
obstáculos.
Quando você não consegue estar jogando, participando do treino,
você fica sem rumo, chateado mesmo e a família sente isso. O
jogador vive muito este lado psicológico de forma intensa, da
pressão. Aí a gente leva isso para dentro de casa e tem de contar
com o apoio deles. Futebol mexe com milhões. Quando você ganha é
aplaudido, mas nos momentos ruins são poucas as pessoas que podemos
contar e a família é importante.
Eu procurei me desligar um pouco. Assisti a poucos jogos do São
Paulo, pois fico nervoso. Nós jogadores não somos acostumados a
ficar na torcida. Sempre estive dentro de campo e fico mais
tranquilo, pois consigo ajudar de alguma forma. De fora, eu
procurei não assisti. Vim trabalhar forte e a confiança volta com o
trabalho. Você fica desconfiado se vai voltar a jogar, se vai se
sentir bem de novo como antes. Mas o dia a dia com os profissionais
foi muito bom e a confiança aumenta.
Isso é uma coisa muito legal, pois o time está bem. Os jogadores
da minha posição estão bem. O Denilson tem sido um dos melhores do
time e o Casemiro está na Seleção. Mas sempre que saio na rua o
torcedor fala comigo, deseja sorte e diz que vou me dar bem no São
Paulo, que torce pela minha volta. Isso sempre me deu muita força,
dá aquela motivada. Espero corresponder desta vez e jogar até o fim
do ano.
As crises são normais. Quando tem derrota tem especulações,
divergências. Quem está aqui quer ganhar sempre. É um time que tem
história não só porque tem o uniforme bonito, estrutura… fez
história por títulos também, um clube vencedor. Tem de estar sempre
preparado para as críticas. Mas o momento é bom, não podemos errar
mais.
Não digo líder, mas me sinto experiente, já passei por decisões
na minha carreira. Lembro da primeira, que dá um frio na barriga,
mas na segunda você fica mais acostumado e experiente. Tenho de
passar tranquilidade, pois é mais um jogo. Claro que tem a
repercussão, mas são os mesmos 90 minutos, a mesma bola, não tem
mistério. O que tem de controlar é a ansiedade.