A defesa de mais de 100 mil são-paulinos. Naquela histórica
noite do dia 17 de junho, no Morumbi, Zetti foi gigante, um
verdadeiro paredão. Defendeu o pênalti de Gamboa, do Newlls’s Old
Boys, e garantiu o primeiro título da Copa Libertadores ao São
Paulo. Depois de 20 anos, o ídolo são-paulino não tira a cena da
memória.
“Aquilo lá jamais vou esquecer. De toda a reação da torcida,
todos gritando o meu nome, mais de 100 mil pessoas só da nossa
torcida. É uma lembrança grande, uma história que ninguém apaga.
Daquelas que você conta para familiares, filhos e amigos”,
ressaltou Zetti, que disputou 12 partidas na Libertadores de
92.
No ano anterior, o goleiro foi campeão brasileiro e paulista
pelo Tricolor. Mas ele sabia que a Libertadores é algo diferente
para os são-paulinos. Uma obsessão que o clube mantém até os dias
atuais, ainda mais depois de ficar fora nas duas últimas
edições.
Mesmo tanto tempo depois, Zetti narra cada segundo como se
estivesse revivendo o lance. Jogo que o tornou ídolo de uma nação.
Feito que poucos terão na carreira.
“Sempre que retorno ao Morumbi me dá boas recordações, pelo
tempo que vivi aqui no clube. Foram quase seis anos de jogos aqui.
Aquele jogo da Libertadores me marcou, não tem jeito. Passa um
filme do lance, a defesa do pênalti. De tanto eu rever o lance,
isso fica mais vivo na memória”, completou o ex-goleiro.
Mas Zetti não ganhou nada sozinho. E ele mesmo sabe disso. E
talvez tenha sido esta simplicidade que fez daquele grupo tão
vitorioso. Zetti, Cafu, Antônio Carlos, Ronaldão e Ivan; Adílson,
Pintado, e Raí, Muller, Macedo, Palhinha, Elivélton… Todos, todos
mesmo, tiveram a parcela de contribuição no inédito título.
“A simplicidade e sinceridade daquele grupo era muito legal.
Tanto que até hoje cultivamos esta amizade. Sabíamos que o Raí era
o nosso 10, o top. Mas ao mesmo tempo ele era o que mais ajudava, o
mais simples de todos. A maneira com que o Telê preparava aquele
grupo, que de certa forma se tornou imbatível. Tudo isso nos
fortaleceu”, concluiu Zetti, com um largo sorriso no rosto ao
recordar os tempos de jogador.