Há 62 anos, Adhemar Ferreira da Silva entrou para a história do
esporte nacional ao quebrar o recorde mundial do salto triplo e
conquistar a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Helsinque,
Finlândia.
O INÍCIO
Tudo começou em 1946. Adhemar estava com José Márcio Cato no
centro da cidade quando um rapaz forte e esguio passou por eles. O
amigo disse: “Esse é o Benedito Ribeiro, atleta do São Paulo”. A
palavra “atleta” fez com que Adhemar sentisse que seria um.
Como seu amigo treinava no clube, se propôs a levá-lo para o
Canindé, sede do Tricolor na época. Lá encontro seu primeiro
técnico: Dietrich Gerner. Lá Adhemar fez aquecimento, ginástica,
passou por uma série de corridas… Fez de tudo um pouco, sem saber
o que fazia exatamente.
Já nos idos de 1947, Adhemar viu alguém praticando salto triplo.
Também quis. Viu que precisaria tomar distância, correr, chegar à
tábua branca que delimitava o salto, bater ali o pé, alçar o corpo,
cair sobre a mesma perna, saltar novamente, mudar de perna e
atingir a caixa de areia. “Achei interessante e pedi que o rapaz me
explicasse tudo de novo, pois não entendi nada.”
O SALTO TRIPLO
Adhemar fez o primeiro salto de sua vida e despertou a atenção
do técnico, que o mandou repetir o pulo. Foi a 12,8 m. Livros de
atletismo registram que iniciantes dificilmente chegavam a 11 m.
Evoluindo a cada prova, logo se tornaria campeão paulista,
brasileiro e sul-americano. Disputaria a primeira Olimpíada no ano
seguinte (Londres, 1948). Em 1950, ele igualou o recorde mundial,
sem, todavia, quebrá-lo.
Classificado para os Jogos Olímpicos de 1952, em Helsinque, na
Finlândia. Adhemar, estudioso, tratou logo de se encontrar com os
intérpretes dos finlandeses que aqui vieram disputar a corrida de
São Silvestre, em 1951. Totalmente preparado, tanto socialmente
quanto fisicamente. Adhemar Ferreira da Silva, no dia 23 de julho
daquele ano, bateu o recorde mundial do salto triplo, pertencente
então ao japonês Naoto Tajima, saltando 16,05 metros nas
classificatórias.
Não bastasse, no mesmo dia, Adhemar quebrou o próprio recorde
mundial por outras três vezes, saltando 16,09m, 16,12m e 16,22
metros. Algo absolutamente inédito e arrasador. Conquistou a
medalha de ouro. No pódio chorou e aclamado pela torcida, que
gritava seu nome, agradeceu a todos dando uma volta pela pista: Foi
a primeira volta olímpica de um atleta brasileiro.
HOMENAGEM
Em 1955, nos Jogos Pan-Americanos da Cidade do México, novamente
bateu o recorde mundial ao atingir a marca de 16,56 metros. Em
homenagem a esses dois feitos extraordinários, naquele mesmo ano de
1955 o clube decidiu homenageá-lo, fixando duas estrelas douradas
em sua bandeira (hoje também ostentadas no escudo e camisa).
Já no Vasco da Gama, em 1956, conquistou novamente uma medalha
de ouro nas Olimpíadas, agora saltando 16,35 metros. Somente
Adhemar e Robert Scheidt (que igualou o feito em 2004) possuem duas
medalhas de ouro individuais nos Jogos Olímpicos representando o
Brasil.
ADHEMAR FERREIRA DA SILVA
Nascimento: São Paulo, 29 de setembro de 1927
Falecimento: São Paulo, 12 de janeiro de 2001
TÍTULOS
HONRARIAS