O espírito de liderança do goleiro Rogério Ceni realmente
impressiona. Referência para todos no elenco, o camisa 01 já pensa
na temporada 2015 mesmo ciente de que não estará mais no Tricolor.
No empate contra a Chapecoense (0 x 0), na última quarta-feira
(22), assim como já havia feito em outras ocasiões, o arqueiro deu
a braçadeira de capitão para o meio-campista Paulo Henrique Ganso.
O motivo? O próprio M1TO faz questão de explicar.
“Para que eles (atletas) se sintam cada vez mais importantes
para o grupo. E, assim, se motivem para o ano que vem, pois são
jogadores que se identificam com o clube e estarão presentes em
2015 para liderar o São Paulo”, revela Rogério, que no final de
2014 irá pendurar as luvas e deixar os gramados.
O Maestro Ganso ficou muito feliz com a com a atitude do
companheiro e lamentou apenas o resultado final da partida. “Fiquei
muito honrado e contente pela confiança do Rogério. Claro, o melhor
seria se essa oportunidade viesse com uma vitória, mas fico feliz
com o reconhecimento dele e do grupo”, afirmou o camisa
10.
Ciente da importância de um novo líder
no elenco, o goleiro já havia adotado esta postura
recentemente. Diferente do que sempre acontece, o camisa 01
não usou a faixa de capitão contra o Vitória (3 x 1). Quem ficou
com a tarja no braço foi Kaká, que reestreava no Morumbi após 11
anos.
Já contra o Huachipato (3 x 2), no Chile, como reconhecimento de
seu esforço e dedicação após percorrer mais de 16.245 km – com
muitas horas de voos e diversos deslocamentos – para defender a
equipe são-paulina, o lateral-esquerdo Alvaro Pereira foi o
escolhido para ser a referência do time em campo. O uruguaio, que
estava com a Celeste do outro lado do mundo para os amistosos
contra Omã e Arábia Saudita, foi o capitão tricolor na ocasião.
Vale lembrar que em 2012, na conquista da Copa Sul-Americana, o
arqueiro entregou a faixa ao jovem Lucas, que se despedia do São
Paulo para defender o Paris Saint-Germain-FRA. Emocionado, o camisa
7 pode erguer o troféu como capitão da equipe, fazendo a festa dos
torcedores no Morumbi após a vitória sobre o Tigre-ARG.
Na época, a postura de Ceni foi elogiada pelos companheiros, que
nunca esconderam a sua admiração pelo goleiro. Nos treinamentos e
viagens do Tricolor, é comum ver Rogério conversando e dividindo um
pouco do seu conhecimento aos jogadores mais jovens.
Com a certeza de que este será o seu último ano embaixo das
traves são-paulina e, consequentemente com a histórica braçadeira,
que acumula grandes conquistas, o camisa 01 não descarta dividir a
sua liderança novamente até o final da temporada. “É uma coisa de
momento, natural, não há nada programado”, finaliza o ídolo da
torcida.