Se a última sexta-feira (12) foi dia de comemorar o bicampeonato mundial, este sábado (13) é dia do torcedor são-paulino celebrar a primeira conquista do maior torneio de futebol do planeta. No dia 13 de dezembro de 1992 – há exatos 22 anos -, uma das datas mais importantes na história do clube, o São Paulo ergueu o inédito troféu da competição.
Com um currículo de respeito, que contava com as conquistas do Campeonato Brasileiro de 1991 e a Libertadores da América de 1992, o Tricolor seguiu confiante para a Ásia. Pela frente, os brasileiros enfrentariam uma das equipes mais temidas da época: o Barcelona, então campeão europeu. Comandados por Johann Cruijff, os espanhóis tinham um elenco recheado de craques, dos quais o mais destacado era o búlgaro Stoichkov.
Então, naquele dia 13, quando o sol alcançou o topo do céu do Japão e o badalar da meia-noite soou na madrugada do Brasil, o mundo tomou conhecimento, assombrado, do São Paulo FC, do seu escudo, do manto e das cores do time que encantou a todos pelo modo de jogar.
A DECISÃO
Contudo, os primeiros minutos de jogo não anunciavam isso. Os europeus começaram a partida com absoluto domínio e tomaram conta do campo brasileiro, trocando e invertendo muitas bolas, o que atrapalhou o sistema defensivo do Tricolor e resultou no gol, aos 12′, de Stoichkov.
A situação parecia se complicar, até que, aos 27′, após um lançamento em profundidade, Müller driblou Ferrer duas vezes, pela esquerda, fazendo o marcador perder a noção de onde estava e depois alçando a bola para Raí que, de barriga, somente encostou para as redes. 1×1!
Pouco depois, quase o São Paulo virou o jogo. O antes humilhado Ferrer se redimiu e salvou um gol certo de Müller em cima da linha. O Barça, recuperado do baque, não tardou e revidou na mesma moeda. Aos 45′, Beriguistain driblou Vitor e Adilson, passou por Zetti e tocou para o gol, que só não ocorreu graças à intervenção quase milagrosa de Ronaldo Luís, o santo das jogadas salvas em cima da marca de cal.
No segundo tempo, o São Paulo se sobrepôs ao adversário, tanto física, quanto tecnicamente. Telê recuou um pouco Raí e o time catalão passou a não ameaçar tanto, principalmente após grande intervenção de Ronaldão, que em consequência de um belo desarme, quase mandou Stoichkov às placas de publicidade.
O lance capital do jogo veio aos 34′: Palhinha sofreu falta pela direita, na entrada da área. A cobrança seria em jogada ensaiada. Raí e Cafu foram em direção à pelota.
Raí rolou a bola para Cafu, que a aparou, deslocando-a da barreira para que o camisa 10 são-paulino chutasse com categoria por cima da linha de defensores. Em uma curva para a direita, perfeita, a bola caiu abruptamente e descansou, enfim, no fundo das redes. O goleiro nem se mexeu, aflito. Já Raí saiu correndo em direção ao Mestre Telê. Gol!!! O gol do título mundial!
Tal como o Morumbi, após o inesquecível título da Libertadores de 1992, o Estádio Nacional de Tóquio, em fato inédito, foi invadido por uma multidão a festejar uma das maiores conquistas do Tricolor. Juntos, jogadores e torcedores deram a volta olímpica da vitória.