O Morumbi recebe nesta quarta-feira (19), às 18h30, um embate nunca ocorrido antes no gramado do estádio: Colômbia contra Catar, pela Copa América 2019. Será o primeiro jogo da seleção asiática nos domínios do Tricolor, mas a equipe sul-americana, e o futebol colombiano de modo geral, tem muita história para contar, relacionada com o São Paulo.
Conheça ou relembre alguns pontos dessa trajetória:
A relação são-paulina com a Colômbia se iniciou em 1955: a primeira excursão para lá foi uma série invicta de cinco amistosos (duas vitórias, três empates). O confronto pioneiro foi contra o Atlético Nacional: 2 a 2, no dia 25 de junho. Quatro anos depois, o Tricolor retornou ao país para mais seis partidas, também não competitivas. Nesta oportunidade, conheceu as duas primeiras derrotas, mas o saldo ainda foi positivo: três vitórias, um empate.
O primeiro troféu são-paulino obtido em solo colombiano foi o Torneio Quadrangular de Cali, em 1960. A campanha, invicta, foi de duas vitórias (contra Huracán, da Argentina, 1 x 0; e Deportivo Cali, 4 x 1) e um empate (na estreia, 2 x 2 contra o América local). Naquela mesma viagem, participou também do Quadrangular de Medellín, mas neste conquistou apenas uma vitória (4 x 0) sobre o Atletico Nacional.
Outra série de amistosos invictos se deu em 1962, com seis vitórias em oito jogos, incluindo duas goleadas com cinco gols marcados: 5 x 2 no Independiente Medellín e 5 a 0 no Once Caldas. A última partida da era “amistosa” dos jogos na Colômbia foi em 1963, e o Tricolor perdeu por 3 a 2 para o Santa Fé.
Em 1974, a primeira partida de competição oficial: pela 2ª fase Copa Libertadores, o São Paulo empatou em 0 a 0 com o Millonarios, em Bogotá. O confronto se deu no grupo semifinal, que tinha ainda a participação do Defensor Lima, do Peru. No Brasil, os tricolores venceram os colombianos por 4 a 0. Ao fim da fase, os paulistas se classificaram à final. Na era “competitiva”, trazer bons resultados da Colômbia tornou-se um fato muito mais difícil. De 1974 até hoje, foram 12 jogos válidos por Libertadores, Supercopa e Copa Sul-Americana e o desempenho do São Paulo foi de duas vitórias, três empates e sete derrotas.
Ao todo, o Tricolor fez 50 partidas contra times ou combinados colombianos, com 23 vitórias, 13 empates e 14 derrotas; 92 gols marcados e 56 sofridos. Fora dessa relação se encontra, porém, a partida mais distinta do Tricolor contra colombianos. Foi a realizada em 15 de março de 1994: um amistoso em Bogotá contra a Seleção da Colômbia – a mesma que foi a sensação das Eliminatórias Sul-Americanas da Copa do Mundo por golear a Argentina, fora de casa, por 5 a 0, meses antes. O São Paulo, bicampeão mundial e da Libertadores, fez um jogo parelho, mas acabou derrotado por 1 a 0.
A Seleção Colombiana também realizou um jogo no Cícero Pompeu de Toledo, mas contra o time do Brasil. Pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2002, no dia 15 de novembro de 2000, a Seleção Brasileira venceu a Colombiana por 1 a 0, gol de Roque Júnior aos 47 minutos do segundo tempo, em partida que ficou para sempre lembrada como aquela em que Rogério Ceni tentou fazer um gol de falta com a camisa canarinho e pela manifestação crítica da torcida em relação ao desempenho dos jogadores nacionais, apesar da vitória.
Apesar de todo este histórico, a primeira recordação de qualquer tricolor quando pensa na Colômbia é referente ao atacante Victor Hugo Aristizábal, que defendeu as cores são-paulinas entre 1996 e 1998, chegando a representar o clube em uma Copa do Mundo pela seleção do país dele. Aristizábal fez gol de bicicleta (contra o Palmeiras, em 1996) e muito sucesso no Morumbi. O jogador completou 81 partidas e 37 gols pelo time – quinto maior artilheiro estrangeiro da história do São Paulo – e foi campeão paulista em 1998. Após Aristizábal, chegaram ao Tricolor os colombianos Pabon (2014), Wilder (2015) e Tréllez (2018/19), que, contudo, não repetiram o mesmo vitorioso desempenho.
Já no banco de reservas, a única experiência são-paulina com um treinador colombiano foi com Juan Carlos Osorio, em 2015. O técnico, que possuía um estilo ousado e ofensivo de postar a equipe, permaneceu à frente do grupo em 26 partidas (11 vitórias, 7 empates e 8 derrotas), quando deixou o clube para assumir o comando da Seleção do México, em preparação para a Copa do Mundo de 2018.