Jogadoras são-paulinas nos Jogos Olímpicos

Jogadoras são-paulinas nos Jogos Olímpicos

Calendário 18/06/2021 - 11:51

O futebol feminino do Tricolor reuniu em sua história grandes craques que marcaram seus nomes nos Jogos Olímpicos. Ao todo, foram oito jogadoras são-paulinas que representaram o clube nas Olimpíadas. Formiga, novamente convocada nesta sexta-feixa (18), volta à seleção vestindo a camisa do São Paulo, e Duda – convocada pela primeira vez para o torneio – será a nona atleta são-paulina nas Olimpíadas.

Logo após os Jogos Olímpicos de 1996, no ano seguinte, o Tricolor montou seu primeiro time oficial de futebol feminino e reuniu uma verdadeira seleção de craques, que contou com nomes como Sissi, Kátia Cilene e Formiga. Em seu primeiro ano, a equipe já marcou o nome na história vencendo o Brasileiro e o Paulistana – título que o time voltou a conquistar em 1999. 

Com a ascensão da equipe feminina, nas Olimpíadas de 2000, oito jogadoras são-paulinas foram convocadas para representar a Seleção Brasileira: Formiga, Juliana Cabral, Kátia Cilene, Mônica, Raquel, Rosana, Simone Jatobá e Tânia Maranhão.

De volta ao São Paulo, após 21 anos de sua primeira passagem, Formiga também volta a ser convocada para a competição em Tóquio, e o Tricolor a ter uma jogadora representando as cores vermelho, branco e preto nas Olimpíadas.

Novidade na lista de jogadoras que representarão o Tricolor nos Jogos Olímpicos, Duda também foi convocada para escrever seu nome em mais uma parte da história do clube na seleção brasileira feminina.

SÃO-PAULINAS NOS JOGOS OLÍMPICOS

FORMIGA

Miraildes Maciel Mota
Salvador (BA), 3 de março de 1978

A única mulher a disputar seis Jogos Olímpicos, entre 1996 e 2016 e sete Copas do Mundo, entre 1995 e 2019 (ou seja, todas as edições em que se disputou o futebol feminino), Formiga começou a jogar com os amigos de infância nas ruas de Salvador, cidade onde nasceu. Defendeu o Euroexport, da Bahia, em 1995, e o Saad, de São Caetano do Sul, em 1996. Depois de participar da I Copa do Mundo de Futebol Feminino, em 1995 e dos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996, Formiga assinou com o São Paulo em 1997.

Formiga, que tem esse apelido pela baixa estatura – e diria também pelo trabalho voluntarioso em campo, como volante que é – fez parte do famoso esquadrão são-paulino que aplicava grandes goleadas e que venceu o Brasileiro de 1997 e os estaduais de 1997 e 1999.

Pouco depois de defender o Brasil nas Olimpíadas de Sydney, em 2000, o São Paulo encerrou o departamento feminino. Formiga, então, defendeu o Santa Isabel (MG). Jogou ainda por Santos, Independente, Malmö Dam, da Suécia, New Jersey Wildcats e Jersey Sky Blue, dos Estados Unidos. Em 2007 retornou ao Saad, e no ano seguinte jogou por Botucatu, até se mudar novamente para a América do Norte, onde atuou por Gold Pride e Chicago Red Stars. Na sequência passou pelo São José, América-RN, São Francisco do Conde, PSG e agora está de volta ao São Paulo.

Tem no currículo duas medalhas olímpicas de prata (2004 e 2008) e três douradas em pan-americanos (2003, 2007 e 2015), além de outra prateada (2011).

JULIANA CABRAL

Juliana Ribeiro Cabral
São Paulo (SP), 3 de outubro de 1981

Juliana Cabral também fez sucesso no Tricolor no final dos anos 90 no time de Sissi, Kátia Cilene, Formiga e companhia. Ela se tornou jogadora graças a ajuda dos irmãos, que lhe ajudavam nas tarefas de casa que a mãe deles passava para que Juliana não fosse jogar bola na rua. Pouco depois da mãe ser convencida em deixar a menina se divertir no futebol, ela veio a falecer. Juliana tinha 13 anos.

Com o fim do time do Saad, em 1996, a maior parte das jogadores migrou para o São Paulo, com Juliana entre elas. Foi campeã paulista de 1997 e 1999 e tambem campeã brasileira de 1997 pelo Tricolor. Disputou a Copa do Mundo de 1999 e os Jogos Olímpicos de 2000 pela Seleção Brasileira representando o Clube do Morumbi,

Após o fim do futebol feminino no Tricolor, Juliana Cabral passou dois anos jogando futsal pois não encontrava clubes de futebol interessados na modalidade. Depois, jogou na Suécia e nos Estados Unidos. 

Entre os principais títulos de Juliana estão a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, em 2003, e a medalha de prata nas Olimpíadas de Atenas, em 2004.

KÁTIA CILENE

Kátia Cilene Teixeira da Silva
Rio de Janeiro (RJ), 18 de fevereiro de 1977

Carioca do bairro de Padre Miguel, Kátia comepou a jogar futebol por volta dos nove anos de idade, passando a treinar regularmente com 15 anos, depois que abandonou o atletismo, esporte o qual também se dedicava. Brevemente alcançou a seleção feminina de futebol (em 1993). Disputou quatro Copas do Mundo (1995, 1999, 2003 e 2007) e duas Olimpíadas pelo Brasil (1996 e 2000). Não foi à Atenas, em 2004, por causa de uma contusão no joelho. A maior conquista de Kátia Cilena com a camisa canarinho foi a medalha de ouro dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, em 2007.

Kátia Cilene esteve no Tricolor de 1997 a 2000, período em que se caracterizou por ser uma explêndida goleadora, com um tremendo faro de gol. Foi a artilheira do Campeonato Paulista de 1997, com 35 gols, de 1998, com 42 gols e de 1999, com 48 gols, e também do Campeonato Brasileiro de 1997, com 18 gols, de 1998, com 36 gols e de 1999/2000, com 19 gols. Estima-se que ultrapassou a casa dos 230 gols pelo time do Morumbi.

Depois de sair do São Paulo, fez carreira vitoriosa pelos Estados Unidos e Europa, onde jogou no San Jose CyberRays, Estudiantes de Huelva, Levante, Lyon, Paris Saint-Germain, Zorky Krasnogorsk e Sundvalls.

MÔNICA

Mônica Angélica de Paula
São Carlos (SP), 2 de abril de 1978

Desde pequena era uma verdadeira poliatleta. Jogou basquetebol e voleibol na cidade onde nasceu. No caso do último esporte, chegou a atuar por equipes da Capital e pela Seleção Paulista. Por influência de amigas, adentrou no mundo do futebol. 

Em competições, defendeu Santos, Matonense, Ferroviária, entre outros clubes. No São Paulo, chegou somente em 2000, para a disputa do Campeonato Brasileiro, no começo do ano, não participando das conquistas anteriores do clube na modalidade. Foi aos Jogos de Sydney pela Seleção Brasileira representando o Tricolor.

Com a Seleção, é medalha de prata dos Jogos de Atenas, em 2004, e bicampeã panamericana, em 2003 e 2007. Encerrou a carreira em 2010. Formou-se e pós-graduou-se em Educação Física. Tem uma escolinha de futebol em São Calos e também coordena um programa social e educacional da prefeitura local.

RAQUEL

Raquel de Souza Noronha
Porto Alegre (RS), 10 de maio de 1978

Entrou no mundo do futebol na cidade gaúcha de Canoas, embora lá, na época, jogasse mesmo era futsal. Em 1996, desafiou a família e se mudou para São Paulo, onde jogou no SAPES e no Santos. Depois passou a defender a camisa do Tricolor, em 1997. 

Tomou parte na vitoriosa geração são-paulina que ganhou quase tudo que disputou. Bicampeã paulista e campeã brasileira. Desempenho que lhe abriu as portas também na Seleção. Pelo Brasil, obteve o terceiro lugar na Copa do Mundo de 1999 e disputou os Jogos Olímpicos de 2000, em que terminou na quarta colocação. 

A meio-campista, depois da participação na Olmpíada e o fim do esporte no São Paulo, se mudou para o Rio de Janeiro e atuou pelo Vasco da Gama até o fim da carreira.

ROSANA

Rosana dos Santos Augusto
São Paulo (SP), 7 de julho de 1982

É uma das raras jogadoras formadas pelo próprio Tricolor Paulista, após peneiras do clube em Guarapiranga, zona sul da Capital. Não havia nem completado 15 anos quando foi aprovada pelo São Paulo, em 1997. Até então, Rosana somente havia jogado futebol na rua, entre amigos, e futsal, na escola.

Esteve presente em todos os títulos do time do Morumbi no período em que o defendeu: 1997-2000. Foi aos Jogos Olímpicos com a Seleção Brasileira em 2000, 2004, 2008 e 2012, faturando a medalha de prata em 2004 e 2008. Também conquistou a prata no Pan-Americano de 2011, além do ouro na mesma competição em 2007, no Rio de Janeiro. Por fim, é vice-campeã da Copa do Mundo de 2007.

Depois de sair do Tricolor, jogou por Corinthians, Internacional, Neulengbach, da Áustria, Sky Blue, dos Estados Unidos e Centro Olímpico, PSG, da França. Atualmente é treinadora do time feminino do Athletico-PR.

SIMONE JATOBÁ

Simone Gomes Jatobá
Maringá (PR), 10 de fevereiro de 1981

Simone adquiriu a paixão pelo esporte do tio, Carlos Roberto Jatobá, que foi jogador de futebol no Atlético-PR. Aos 12 anos de idade, Simone já se alinhava no time do Paraná Clube. Depois, rodou por várias equipes, como Ponte Preta, Santos e Saad, até que chegou ao Tricolor em 1999. Pelo São Paulo foi campeã paulista no ano de estreia e foi aos Jogos Olímpicos, com a Seleção Brasileira, em 2000. 

Em 2008, retornou aos Jogos e trouxe para casa a medalha de prata. Disputou ainda duas Copas do Mundo pelo Brasil, em 2003 e 2007 e o Pan-Americano de 2007, no Rio de Janeiro, em que conquistou a medalha de ouro.

Após o Tricolor fechar o departamento feminino, ainda em 2000, Simone rodou o mundo: jogou no Rayo Vallecano, da Espanha; Lyon, da França; Novo Mundo, de Curitiba; Energiya, da Rússia; XV de Piracicaba e Metz, da França. Hoje é treinadora da equipe sub-17 da seleção brasileira.

TÂNIA MARANHÃO

Tânia Maria Pereira Ribeiro
São Luís (MA), 3 de outubro de 1974

Tânia começou, como tantas outras meninas, jogando futsal na cidade em que nasceu. Em 1993, mudou-se para a Bahia e passou a jogar competitivamente pela equipe do Euroexport. Três anos depois aceitou convite do Saad, de São Caetano do Sul, e defendeu o clube do ABC naquela temporada. 

Quando o futebol feminino ganhou mais destaque, após os Jogos Olímpicos de 1996, o qual Tânia participou, passou a defender o time da Lusa Sant’Anna. Só chegou ao Tricolor em 2000 para a disputa do Campeonato Brasileiro, em que o São Paulo terminou na 3ª colocação. Foi aos Jogos de Sydney como atleta do time do Morumbi, mas retornou da Austrália sem clube. Ainda passou por Flamengo, Iranduba e Foz Cataratas.

Seguiu carreira no Grêmio, Santa Isabel (MG), Rayo Vallecano e Vasco da Gama. É bimedalhista de prata com a seleção brasileira nas Olimpíadas (2004 e 2008) e bimedalhista de ouro no Pan-Americano (2003 e 2007). 

Participação de Formiga, Juliana Cabral, Kátia Cilene, Mônica, Raquel, Rosana, Simone Jatobá e Tânia Maranhão nos Jogos Olímpicos

Futebol (8 equipes participantes)

13/09/2000 – Primeira rodada do Grupo E *como continuação dos 4 grupos do masculino

Brasil 2 x 0 Suécia
Formiga: titular, jogou nos 90 minutos com a camisa 7;
Juliana Cabral: titular, jogou nos 90 minutos com a camisa 3;
Kátia Cilene: titular, jogou até os 37 do 2º tempo com a camisa 9 e marcou o 2º gol, substituída por Maycon;
Mônica: reserva, entrou aos 33 do 2º tempo com a camisa 4 no lugar de Tânia Maranhão;
Raquel: reserva, não jogou;
Rosana: titular, jogou nos 90 minutos com a camisa 16;
Simone Jatobá: titular, jogou nos 90 minutos com a camisa 15;
Tânia Maranhão:  titular, jogou até os 33 do 2º tempo com a camisa 6, substituída por Mônica.

16/09/2000 – Segunda rodada do Grupo E

Brasil 1 x 2 Alemanha
Formiga: titular, substituída no intervalo por Nenê;
Juliana Cabral: titular, jogou nos 90 minutos;
Kátia Cilene: titular, jogou nos 90 minutos;
Mônica: titular, jogou nos 90 minutos e foi advertida com cartão amarelo;
Raquel: reserva, entrou no lugar de Cidinha aos 24 do 2º tempo e marcou gol brasileiro, advertida com cartão amarelo;
Rosana: titular, jogou nos 90 minutos;
Simone Jatobá: titular, substituída no intervalo por Roseli;
Tânia Maranhão: reserva, não jogou.

19/09/2000 – Terceira rodada do Grupo E

Brasil 2 x 1 Austrália
Formiga: reserva, entrou aos 12 do 2º tempo no lugar de Raquel;
Juliana Cabral: titular, jogou nos 90 minutos;
Kátia Cilene: titular, jogou nos 90 minutos e marcou o gol da vitória, advertida com cartão amarelo;
Mônica: reserva, não jogou;
Raquel: titular, substituída aos 12 do 2º tempo por Formiga, marcou o 1º gol;
Rosana: titular, substituída no intervalo por Maycon;
Simone Jatobá: titular, jogou nos 90 minutos;
Tânia Maranhão: titular, jogou nos 90 minutos.

Classificação do Grupo E

1º Alemanha: 9 pontos, 3 vitórias, 6 gols marcados, 1 sofrido. Classificada
2º Brasil: 6 pontos, 2 vitórias, 1 derrota, 5 gols marcados, 3 sofridos. Classificado
3º Suécia: 1 ponto, 1 empate, 2 derrotas, 1 gol marcado, 4 sofridos
4º Austrália: 1 ponto, 1 empate, 2 derrotas, 2 gols marcados, 6 sofridos

24/09/2000 – Semifinal

Brasil 0 x 1 Estados Unidos
Formiga: titular, jogou nos 90 minutos, advertida com cartão amarelo;
Juliana Cabral: titular, jogou nos 90 minutos, advertida com cartão amarelo;
Kátia Cilene: titular, substituída aos 13 do 2º tempo por Roseli, advertida com cartão amarelo;
Mônica: reserva, não jogou
Raquel: reserva, entrou no lugar de Sissi aos 38 do 2 tempo
Rosana: reserva, não jogou
Simone Jatobá: titular, jogou nos 90 minutos, advertida com cartão amarelo;
Tânia Maranhão:  titular, jogou nos 90 minutos

28/09/2000 – Disputa de 3º e 4º Lugares

Brasil 0 x 2 Alemanha
Formiga: titular, substituída aos 23 do 2º tempo por Raquel
Juliana Cabral: titular, jogou nos 90 minutos
Kátia Cilene: reserva, não jogou
Mônica: reserva, não jogou
Raquel: reserva, entrou no lugar de Formiga aos 23 do 2º tempo
Rosana: reserva, entrou no lugar de Roseli aos 25 do 2º tempo
Simone Jatobá: titular, substituída por Suzana aos 30 do 2º tempo
Tânia Maranhão: titular, jogou nos 90 minutos

A Seleção Brasileira terminou a competição em 4º lugar.

Medalhistas:

Ouro: Noruega
Prata: Estados Unidos
Bronze: Alemanha

*Ao fim desta matéria, cabe a nota de que a maior jogadora de futebol da história do São Paulo, Sisleide do Amor Lima, mais conhecida como Sissi, já não era atleta do Tricolor quando da convocação para os Jogos Olímpicos de 2000: havia deixado o clube poucos meses antes.

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