Calendário 2/09/2008 - 00:00

O atacante Aloísio se despediu do São Paulo na tarde desta terça-feira (02). O jogador, que estava no clube há quase três anos, irá defender o Al Rayyan, do Qatar, clube com o qual assinou um compromisso por 11 meses.


Nesse período no Tricolor, Aloísio conquistou importantes títulos e um espaço reservado no coração dos são-paulinos. Chulapa, como era conhecido, sempre foi um dos atletas mais queridos do elenco e responsável por animar o grupo em momentos adversos.


Boa praça, simples e com um coração do tamanho do mundo, Aloísio com certeza deixará muitas saudades pelos lados do Tricolor.


“Ele sempre foi um dos atletas mais queridos do grupo. Se relacionava bem com todo mundo e sempre estava pronto para ajudar. Com certeza fará muita falta”, explicou o meio-campista Hugo.


O técnico Muricy Ramalho, chamado de paizão pelo próprio jogador, ressaltou também a importância dessa oportunidade para o atacante.


“O Aloísio já está com 33 anos e precisa pensar no futuro, quando não estiver mais atuando. Era uma proposta muito boa e que não poderia ser descartada. Ele merece. Espero que ajude o futuro dele. O São Paulo sempre soube prestigiar seus jogadores e com ele não poderia ser diferente. Fez muito bem em liberá-lo”, completa Muricy.


No Tricolor desde o final de 2005, Aloísio conquistou o Mundial de Clubes e dois Campeonatos Brasileiros, além do vice-campeonato da Copa Libertadores da América. Ao todo, disputou 124 jogos e marcou 23 gols pelo São Paulo.


A Diretoria do clube planejava homenagear o atacante no último domingo, antes do clássico contra o Santos, mas Aloísio precisou viajar para Maceió para ficar com seus familiares. Na ocasião, Rogério Ceni entrou com uma camisa do companheiro, ressaltando a importância de Aloísio para o clube e principalmente para o grupo.


Em entrevista coletiva o atacante explicou os motivos que o levaram a aceitar uma proposta do Qatar, agradeceu a oportunidade de ter jogado em seu clube de coração e se emocionou ao falar de Muricy Ramalho, Rogério Ceni e sobre o título do Mundial de Clubes.



Aloísio saúda a torcida no retorno ao Brasil após a conquista do Mundial


Veja abaixo os principais trechos da entrevista de Aloísio


Adeus


O importante é você sair de cabeça erguida, sabendo que você deixou uma imagem muito boa nesse clube que todo o jogador sonha em jogar. Agora é bola pra frente, vou jogar lá fora, mas o meu coração vai ser sempre são-paulino. Desde pequeno eu torço pra esse clube maravilhoso e vai ser assim pro resto da vida.


Agradecimento


Não vou chorar, não (risos). Eu vivi três anos neste clube maravilhoso e tenho de agradecer ao presidente, à diretoria, à torcida, à comissão e principalmente ao Muricy, que não foi só um treinador, mas um pai para mim. 


Muricy


Com certeza é o principal técnico da minha carreira. Sempre falei pra ele, principalmente na hora que eu via que não estava muito bem, sempre falava com ele, ele me explicava as coisas como um pai explica para um filho. Eu agradeço muito, de coração.


Rogério Ceni


Quero agradecer a homenagem do Rogério e do grupo. Falei para o patrão que vou embora feliz por ter jogado com um dos maiores goleiros do mundo. Muitas vezes deixava de chutar algumas bolas para dar aquela caidinha para ele cobrar falta e fazer gol. Uma das melhores memórias que vou levar é a do Mundial, quando fizemos 1 a 0 e ele fechou o gol depois. Fez defesas que jamais eu tinha visto na minha vida.


Reconhecimento


Tenho o reconhecimento do torcedor porque sou um atleta que joga para o grupo e para a torcida. Marcando ou não os gols, o importante é sempre a vitória. Só queria vencer, ganhar títulos e ver a torcida feliz. Saía de campo muito triste quando não conseguia isso.


Artilheiro


Fui ao Mundial e fomos campeões com passe que dei para o Mineiro. Conquistei um Brasileiro com cinco gols (2006) e outro com seis (2007). Alguns jogadores que fizeram muitos gols não conquistaram o que conquistei. Quero ser campeão independente se eu faça um ou dois gols.

Substituto


Quando encontramos o grupo de cabeça baixa temos que fazer de tudo pra animá-los e estarmos bem para a próxima partida. O grupo todo tem pessoas que podem ajudar em momentos ruins, porque um aqui sempre motiva o outro, brinca com o outro. O São Paulo é uma família, vou levar isso no coração.


Simplicidade


Eu acho que o importante do jogador é ele ter humildade, respeito e caráter. Você não vive só de vitórias, mas também de derrotas e empates. Quando temos derrota temos que aprender a lidar com isso.


Opção pelo Qatar


Este interesse do clube já vem desde o ano passado. No início do ano não deu certo porque tinha que liberar um estrangeiro. Agora liberaram o Thiago para o Cruzeiro e me chamaram novamente.


Oportunidade

Estou indo principalmente pelas criancinhas da creche lá de Atalaia. Estava conversando com a minha mãe e falei pra ela que as compras das crianças vão aumentar um pouco, que o mercado vai vender um pouco mais. O mais importante é ter saúde e amigos. O dinheiro é bom quando precisamos, mas acho que o importante é você ser feliz, ter saúde pra viver até onde Deus quiser.


Adaptação ao Qatar


Acho que dá para me acostumar numa boa. Joguei quatro anos na França, dois na Rússia, já estou acostumado com as diferenças. Sempre me falaram muito bem de lá, que é um lugar muito bom. Espero que nesses onze meses que estarei lá tudo de bom aconteça pra mim.


Paulo Autuori


Ele pediu a minha contratação principalmente pela confiança. Eu dependi muito dele para ir para o Mundial. Na época aqui tinham jogadores de nível de Seleção Brasileira, como Christian e o Grafite, que já estavam há mais tempo, mas eu cheguei e ele me colocou pra jogar ao lado do Amoroso. Agora é chegar lá e trabalhar para agradá-lo dentro de campo o mais rápido possível. Vai ser muito bom voltar a trabalhar com ele.


Dançinha no Qatar?


Acho que o povo lá não vai entender nada. Mas com certeza se fizer dança vou mandar vir pra cá o vídeo pra vocês rirem comigo.



Aloísio disputou 124 jogos pelo Tricolor, marcando 23 gols


No clube, conquistou o Mundial de Clubes (2005) e os Brasileiros (2006 e 2007)


Aloísio deu o passe que resultou no golaço de Mineiro, na conquista do tri mundial


 

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