Calendário 11/01/2011 - 00:00

Um dos maiores jogadores da história do futebol brasileiro,
ídolo em sua passagem pelo São Paulo FC, comemora 70 anos nesta
terça-feira (11). Gérson, o Canhotinha de Ouro, marcou época no
Tricolor entre 1969 e 1972 e está em festa hoje. E cada são-paulino
deveria comemorar com ele.

Contratado na gestão de Laudo Natel, quando o clube terminava de
construir o estádio do Morumbi, Gérson chegou ao São Paulo com a
responsabilidade de acabar com 13 anos de “fila” – a equipe não
conquistava títulos desde 1957, quando venceu o Campeonato
Paulista.

O meia fez parte de um pacote de contratações do Tricolor,
custeado com o excedente pós-finalização do Morumbi. Com a
construção encerrada, o clube tinha dinheiro em caixa e partiu para
a montagem de um time forte. “Só com a casa pronta que vamos
mobiliá-la”, dizia o presidente Laudo Natel, que trouxe também
Pedro Rocha, Pablo Forlán, Toninho Guerreiro, Edson Cegonha, entre
outros.

Gerson fez parte do time que atuou no jogo de comemoração da
inauguração final do Estádio Cícero Pompeu de Toledo, em 25 de
janeiro de 1970, contra o Porto. No mesmo ano, defendeu a seleção
brasileira na campanha vitoriosa da Copa do Mundo de 1970, no
México, marcando inclusive um gol na final contra a Itália.

Ao voltar para o clube, ajudou a equipe a finalmente acabar com
o jejum de títulos ao sagrar-se Campeã Paulista de 1970. De quebra,
o bicampeonato estadual veio no ano seguinte, junto do
vice-campeonato brasileiro no ano de estreia da competição.

Em 1972, Gérson se transferiu para o Fluminense, deixando o São
Paulo pronto para um novo patamar em relação a títulos. Hoje, o bem
humorado ex-jogador trabalha como comentarista de futebol no Rio de
Janeiro.

 

Feliz aniversário, Canhotinha de
Ouro! 

A torcida tricolor comemora, e
agradece!!!
 

 

Confira a entrevista que o site oficial fez com um dos maiores
ídolos da história do futebol brasileiro:

Você participou da inauguração final do estádio do
Morumbi. Como é hoje ver o estádio completar 50 anos?

Eu acho que todos nós, quem gosta de futebol e principalmente os
jogadores, têm orgulho disso. Ainda mais quem jogou no São Paulo. É
indescritível ver o estádio comemorar 50 anos, porque o Morumbi era
o maior estádio particular do mundo. Acho que pra todos os que
passaram por aqui e pros que vão passar, é um orgulho ter jogado e
jogar em um estádio como o Morumbi.   

Como foi chegar ao São Paulo com a responsabilidade de
integrar um time que estava há 13 anos sem ganhar um
título?

Eu saí do Botafogo em 1969 e nas eliminatórias da Copa do Mundo
de 1970 eu já estava no São Paulo. Fui contratado em meio a um
investimento muito grande. O clube queria formar uma equipe que
pudesse disputar um título, já que há 13 anos não era campeão. Foi
formado um time comigo vindo do Botafogo, o Edson Cegonha do
Corinthians, o Toninho Guerreiro veio do Santos, o Forlán veio do
Uruguai. E depois veio o Paulo e o Gilberto Sorriso, que saíram da
base. Formamos um time pra disputar o Campeonato Paulista, que
ganhamos. Quando eu cheguei, o treinador era o Diede Lameiro e
depois, no primeiro campeonato, quem assumiu foi o Zezé Moreira. Já
no bicampeonato foi o Brandão quem comandou. E nesse segundo título
chegou o Pedro Rocha para ajudar.

Quais são as melhores lembranças daquela
época?

As lembranças são ótimas, é claro, porque eu fui bicampeão.
Formamos um time muito bom, muito competitivo, uma turma muito boa
e unida, voltada para o campeonato. Inclusive como o Rivelino era
muito amigo meu, eu quis trazê-lo também. Só que ele não quis,
porque dizia que não tinha como sair do Corinthians pra ir pro São
Paulo, né! Eu falei que era melhor ele vir, porque nós seríamos
campeões e ele não ia ganhar nada! (Nessa época, o Corinthians
estava há 16 anos sem vencer nada, e continuou assim até 1977). Até
hoje ele fala sobre isso, que ele gostaria de ter ido para o São
Paulo, mas dizia ele que não era possível por causa da torcida.

Você tem um grande ídolo que também foi são-paulino,
apesar de não terem jogados juntos, não é?

Sim, é o Zizinho. Ele morava em Niterói, e o pai dele jogou com
o meu pai no Byron F.C. (time da cidade). Ele me viu menino, e aí a
gente conversava muito aqui, criamos uma a amizade grande. Ele foi
campeão no São Paulo e quando encerrou a carreira me falava muito
bem do clube, que era um time muito organizado, sério, e que valia
a pena jogar lá. Então assim que o dr. Henri Aidar veio para o Rio
falar da minha contratação, já sabia tudo o que eu iria encontrar.
Tanto é que eu iria parar de jogar no São Paulo, mas não pude por
causa de um problema que eu tive com a minha filha menor, de saúde,
ela tinha bronquite e não se adaptou ao clima.

E da experiência na Copa do México, em 1970, o que o
pode contar?

São muitas histórias, mas um fato que me deixou muito feliz
naquela Copa foi ter tido tanto contato e apoio do São Paulo. Eu
fiquei muito satisfeito, pois tive muito apoio tanto da diretoria
quanto dos meus companheiros de clube. Isso foi muito
importante.

Você acompanha o São Paulo atualmente? E o que acha do
time para a temporada?

Acompanho sim, da forma que posso. E tenho certeza de que o
time, que é um time de chegada, de ponta, está montado para brigar
pelos campeonatos. É o que todos nós são-paulinos esperamos que
aconteça esse ano novamente. Eu sou tricolor em todos os lugares do
Brasil, e claro que torço para o São Paulo aí.

Como se sente por ter feito parte, junto com os outros
jogadores do time de 1970, do esquadrão que abriu as portas para o
São Paulo se tornar o grande campeão que é hoje?

Muito feliz, naturalmente. Quem participou disso se sente assim.
Todos os campeonatos do São Paulo são importantes, e todo mundo que
participou se acha importante também. A gente torce pra que essas
gerações futuras possam se espelhar nessas que passaram e nesses
jogadores todos. Todo jogador que jogou no São Paulo, pode ter
certeza, tem orgulho de ter jogado no clube.

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