Há 66 anos, Adhemar Ferreira da Silva entrou para a história do esporte nacional ao quebrar o recorde mundial do salto triplo e conquistar a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Helsinque, Finlândia.
O INÍCIO
Tudo começou em 1946. Adhemar estava com José Márcio Cato no centro da cidade quando um rapaz forte e esguio passou por eles. O amigo disse: “Esse é o Benedito Ribeiro, atleta do São Paulo”. A palavra “atleta” fez com que Adhemar sentisse que seria um.
Como seu amigo treinava no clube, se propôs a levá-lo para o Canindé, sede do Tricolor na época. Lá encontro seu primeiro técnico: Dietrich Gerner. Lá Adhemar fez aquecimento, ginástica, passou por uma série de corridas… Fez de tudo um pouco, sem saber o que fazia exatamente.
Já nos idos de 1947, Adhemar viu alguém praticando salto triplo. Também quis. Viu que precisaria tomar distância, correr, chegar à tábua branca que delimitava o salto, bater ali o pé, alçar o corpo, cair sobre a mesma perna, saltar novamente, mudar de perna e atingir a caixa de areia. “Achei interessante e pedi que o rapaz me explicasse tudo de novo, pois não entendi nada.”
O SALTO TRIPLO
Adhemar fez o primeiro salto de sua vida e despertou a atenção do técnico, que o mandou repetir o pulo. Foi a 12,8 m. Livros de atletismo registram que iniciantes dificilmente chegavam a 11 m. Evoluindo a cada prova, logo se tornaria campeão paulista, brasileiro e sul-americano. Disputaria a primeira Olimpíada no ano seguinte (Londres, 1948). Em 1950, ele igualou o recorde mundial, sem, todavia, quebrá-lo.
Classificado para os Jogos Olímpicos de 1952, em Helsinque, na Finlândia. Adhemar, estudioso, tratou logo de se encontrar com os intérpretes dos finlandeses que aqui vieram disputar a corrida de São Silvestre, em 1951. Totalmente preparado, tanto socialmente quanto fisicamente. Adhemar Ferreira da Silva, no dia 23 de julho daquele ano, bateu o recorde mundial do salto triplo, pertencente então ao japonês Naoto Tajima, saltando 16,05 metros nas classificatórias.
Não bastasse, no mesmo dia, Adhemar quebrou o próprio recorde mundial por outras três vezes, saltando 16,09m, 16,12m e 16,22 metros. Algo absolutamente inédito e arrasador. Conquistou a medalha de ouro. No pódio chorou e aclamado pela torcida, que gritava seu nome, agradeceu a todos dando uma volta pela pista: Foi a primeira volta olímpica de um atleta brasileiro.
HOMENAGEM
Em 1955, nos Jogos Pan-Americanos da Cidade do México, novamente bateu o recorde mundial ao atingir a marca de 16,56 metros. Em homenagem a esses dois feitos extraordinários, naquele mesmo ano de 1955 o clube decidiu homenageá-lo, fixando duas estrelas douradas em sua bandeira (hoje também ostentadas no escudo e camisa).
Já no Vasco da Gama, em 1956, conquistou novamente uma medalha de ouro nas Olimpíadas, agora saltando 16,35 metros. Somente Adhemar e Robert Scheidt (que igualou o feito em 2004) possuem duas medalhas de ouro individuais nos Jogos Olímpicos representando o Brasil.
ADHEMAR FERREIRA DA SILVA
Nascimento: São Paulo, 29 de setembro de 1927
Falecimento: São Paulo, 12 de janeiro de 2001
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