No dia 15 de dezembro de 1991, o São Paulo Futebol Clube sagrou-se campeão paulista depois de superar o Corinthians em dois jogos. O primeiro, uma semana antes, o Tricolor venceu por 3 a 0, com três gols do craque Raí. O segundo, jogando com a vantagem de até perder durante o tempo regulamentar e empatar na prorrogação, terminou em zero a zero nos 90 minutos – o que assegurou a ida do troféu estadual para o Morumbi.
Os são-paulinos, que já haviam conquistado o Campeonato Brasileiro, no primeiro semestre, em uma campanha inquestionável, comemoraram o segundo título na temporada que foi somente o marco inicial da fase áurea do clube no início dos anos 90.
PRÊAMBULO
E essa jornada começou, na verdade, após a campanha desastrosa do time no Paulistão de 1990, onde o clube terminou na 15ª posição entre 28 clubes participantes (sempre vale a menção que NÃO havia rebaixamento estabelecido por regulamento nessa edição). Ainda naquele ano, Telê Santana chegou ao Tricolor e, resgatando a estima e o bom desempenho dos atletas, levou o elenco ao vice-campeonato nacional.
Na primeira fase do estadual de 1991, o Tricolor disputou a série amarela, ao lado de clubes de menor expressão devido ao esdrúxulo sistema criado pelo Conselho Arbitral. Este arbitral, contudo, impediu uma virada de mesa do Presidente da FPF à época, Antoine Gerbran, que queria rasgar o regulamento do torneio de 1990 e rebaixar 14 clubes para a Divisão Especial (2ª Divisão) por mera vontade própria – sendo que não tinha autoridade para tal, conforme a resolução 17/1986 do Conselho Nacional de Desportos (entidade máxima do esporte do Brasil no período por Decreto-Lei 6251/1975).
O PAULISTÃO DE 1991
Dentro das quatro linhas, com a bola rolando, logo de cara vieram 19 jogos invictos, com 13 vitórias e 6 empates. O único tropeço, em toda a competição, aconteceu somente diante da Inter de Limeira, em 9 de outubro – 4 a 1 para o time do interior em pleno Morumbi.
O São Paulo, contudo, não perdeu o ritmo e terminou a fase inicial em primeiro lugar da série amarela, com 42 pontos ganhos, 50 gols marcados e um saldo impressionante de 30!
Na segunda fase, o Tricolor enfrentou outros três clubes advindos do grupo verde: Palmeiras, Guarani e Botafogo e, após seis rodadas invicto, mais uma vez conquistou o primeiro posto da chave, com três vitórias e três empates, mas empatado em pontos e saldo de gols com o Palmeiras. O time do Morumbi se classificou por ter a melhor campanha da primeira fase, como predizia o regulamento, mas também se classificaria pelo número de gols marcados – terceiro critério de desempate tradicionalmente usado naquela época (13 a 11).
A DECISÃO
As duas partidas finais do Paulistão de 1991 foram no Morumbi, sempre com mais de 100 mil torcedores presentes. No primeiro jogo, um show de Raí, relembrado neste texto especial.
Com a imensa vantagem adquirida para o segundo confronto, o Tricolor entrou em campo tranquilo naquela tarde chuvosa e administrou o cenário favorável somente esperando o apito final do árbitro para comemorar junto à torcida são-paulina!
Essa havia sido a quarta conquista estadual sobre o rival, justamente na edição em que se completou 60 anos da primeira ocasião (o Paulistão de 1931 – as demais vezes: 1957 e 1987).
O JOGO DO TÍTULO
15.12.1991
São Paulo (SP)
Estádio Cícero Pompeu de Toledo (Morumbi)
SÃO PAULO Futebol Clube 0 X 0 Sport Club CORINTHIANS Paulista
SPFC: Zetti; Cafu, Antônio Carlos, Ronaldão e Nelsinho; Sídnei, Suélio e Raí/capitão; Müller, Macedo e Elivélton. Técnico: Telê Santana.
SCCP: Ronaldo; Giba, Marcelo, Guinei e Jacenir; Jairo, Ezequiel e Carlinhos; Marcelinho, Wilson Mano, Tupazinho e Paulo Sérgio. Técnico: Cilinho.
Árbitro: Ílton José da Costa
Renda: CR$ 371.373.000,00
Público: 106.142 pagantes
A CAMPANHA
Primeira Fase
Segunda Fase
Finais
A CLASSIFICAÇÃO FINAL
Time | PTS | JGS | VIT | EMP | DER | GM | GS | SG | AP% | |
1 | São Paulo FC (SP) | 54 | 34 | 21 | 12 | 1 | 66 | 27 | 39 | 73,5% |
2 | SC Corinthians P (SP) | 45 | 34 | 15 | 15 | 4 | 38 | 19 | 19 | 58,8% |
3 | SE Palmeiras (SP) | 40 | 32 | 16 | 8 | 8 | 32 | 20 | 12 | 58,3% |
4 | A Portuguesa D (SP) | 38 | 32 | 15 | 8 | 9 | 33 | 27 | 6 | 55,2% |
5 | AA Internacional (Limeira-SP) | 36 | 32 | 17 | 2 | 13 | 41 | 33 | 8 | 55,2% |
6 | Guarani FC (SP) | 35 | 32 | 12 | 11 | 9 | 33 | 26 | 7 | 49% |
7 | EC Santo André (SP) | 34 | 32 | 11 | 12 | 9 | 44 | 40 | 4 | 46,9% |
8 | Botafogo FC (Ribeirão Preto-SP) | 32 | 32 | 9 | 14 | 9 | 25 | 27 | -2 | 42,7% |
9 | CA Bragantino (SP) | 29 | 26 | 10 | 9 | 7 | 29 | 22 | 7 | 50% |
10 | Santos FC (SP) | 27 | 26 | 7 | 13 | 6 | 21 | 15 | -10 | 43,6% |
11 | Ituano FC (SP) | 26 | 26 | 9 | 8 | 9 | 22 | 29 | -5 | 44,9% |
12 | América FC (SJRP-SP) | 24 | 26 | 5 | 14 | 7 | 16 | 20 | -14 | 37,2% |
13 | GE Novorizontino (SP) | 22 | 26 | 6 | 10 | 10 | 22 | 29 | -1 | 35,9% |
14 | EC XV de Nov. (Piracicaba-SP) | 22 | 26 | 7 | 8 | 11 | 25 | 35 | 2 | 37,2% |
15 | EC XV de Nov. (Jaú-SP) | 21 | 26 | 6 | 9 | 11 | 22 | 27 | 8 | 34,6% |
16 | A Ferroviária E (SP) | 20 | 26 | 3 | 14 | 9 | 13 | 19 | -5 | 29,5% |
17 | Mogi Mirim EC (SP) | 19 | 26 | 5 | 9 | 12 | 21 | 35 | -14 | 30,8% |
18 | EC Noroeste (SP) | 28 | 26 | 9 | 10 | 7 | 28 | 25 | -7 | 47,4% |
19 | GE Sãocarlense (SP) | 28 | 26 | 9 | 10 | 7 | 31 | 29 | -4 | 47,4% |
20 | CA Juventus (SP) | 28 | 26 | 9 | 10 | 7 | 23 | 24 | 6 | 47,4% |
21 | AA Ponte Preta (SP) | 27 | 26 | 8 | 11 | 7 | 26 | 18 | -7 | 44,9% |
22 | Rio Branco EC (SP) | 25 | 26 | 10 | 5 | 11 | 24 | 22 | -6 | 44,9% |
23 | União São João EC (SP) | 24 | 26 | 7 | 10 | 9 | 26 | 26 | 3 | 39,7% |
24 | Marília AC (SP) | 21 | 26 | 7 | 7 | 12 | 25 | 30 | 2 | 35,9% |
25 | São José EC (SP) | 21 | 26 | 7 | 7 | 12 | 21 | 35 | 0 | 35,9% |
26 | GE Catanduvense (SP) | 20 | 26 | 4 | 12 | 10 | 15 | 32 | -14 | 30,8% |
27 | Olímpia FC (SP) | 19 | 26 | 5 | 9 | 12 | 16 | 30 | -17 | 30,8% |
28 | EC São Bento (Sorocaba-SP) | 15 | 26 | 4 | 7 | 15 | 18 | 35 | -17 | 24,4% |