12 a 1! A maior goleada da história do São Paulo!

12 a 1! A maior goleada da história do São Paulo!

Calendário 8/07/2017 - 13:34
Divulgação
Arquivo Histórico do São Paulo FC

No dia 8 de julho de 1945, em uma partida realizada no Estádio do Pacaembu e válida pela primeira rodada do returno do Campeonato Paulista, o São Paulo aplicou a maior goleada da história do clube (igualando uma ocorrida em 27 de agosto de 1933, contra o Sírio): 12 a 1, no modesto Jabaquara, de Santos.

O São Paulo, que naquela altura já liderava a competição de que viria a sagrar-se campeão, não tomou conhecimento do adversário e poderia ainda ter terminado o jogo com contagem mais elevada no placar. O destaque ficou para o capitão Leônidas da Silva, que marcou quatro belos gols, inclusive um de “letra” e relembrou as memoráveis atuações do centroavante pela seleção brasileira.

 

Os gols

O jogo foi o famoso “vira seis, acaba doze”, pois ao fim da primeira etapa o São Paulo já goleava por meia dúzia a zero. O primeiro tento da partida nasceu aos 17 minutos, de erro do goleiro aurirrubro, que lançou a bola aos pés de Remo. Este, mesmo 30 metros distante da meta, acertou um sem-pulo forte e primoroso, no canto esquerdo do arqueiro.

Mal recomeçou a partida e, aos 18 minutos, Remo e Sastre recuperaram a bola no meio-de-campo. O último lançou Leônidas no centro, que, entre a zaga, achou espaço e chutou livremente para marcar o segundo do Tricolor.

31 minutos da primeira etapa e contra-ataque do São Paulo: Bauer avançou pelo meio e passou a Barrios, na ponta esquerda. O paraguaio cruzou alto em direção à trave e Teixeirinha tentou cabecear, mas não alcançou a pelota, que sobrou mansa para Leônidas pôr no fundo das redes: foi o terceiro gol são-paulino.

A essa altura o time tricolor já colocava os adversários na roda. Envolvidos pela troca de passes, nada puderam fazer quando, aos 38 minutos, Barrios correu à linha de fundo e cruzou rasteiro com força para Teixeirinha, que vinha sozinho dentro da área, completar com calma para o gol: 4 a 0.

Menos de um minuto depois, nova jogada de tirar o fôlego. Leônidas lançou Barrios em profundidade e este tocou para Sastre, que cruzou à meia altura para Remo, na pequena área, arriscar um semi-peixinho e balançar novamente as redes: foi o quinto gol do Tricolor.

Aos 42 minutos, o São Paulo marcou o sexto gol com Leônidas, de cabeça, em jogada que nasceu de Teixeirinha, pela ponta esquerda.

 

Não perca as contas

Melhor descrição para o sétimo gol do Tricolor é a reportada por A Gazeta Esportiva do dia seguinte ao jogo: “Barrios, aos 8 minutos: Sastre cedeu a Leônidas, que, depois de envolver Gambá, cedeu a Barrios. O paraguaio cerrou decididamente e fuzilou sem apelação: São Paulo 7 a 0 (Já estamos cansados de descrever tantos gols…)”.

O oitavo gol são-paulino foi o mais bonito. Sastre recebeu a bola de Remo e viu Leônidas se deslocando entre três marcadores, aos 11 minutos. Deixando-os para trás, o centroavante ficou frente a frente com o goleiro ao receber a bola lançada. Genialmente, Leônidas só tocou de calcanhar para o fundo do gol.

Mantendo a pressão, aos 15 minutos Bauer avançou até a entrada da área do Jabaquara e deixou o couro com Don Antonio Sastre, que esticou o lance para Teixeirinha, na esquerda. O ponta fingiu o cruzamento e cortou para dentro, correndo rapidamente à área e à meta do arqueiro Joãozinho, que nada pôde fazer para evitar o novo gol do Mais Querido.

 

Falta pouco

Mal a partida foi recomeçada e… outro gol são-paulino! Aos 17 minutos, Leônidas driblou dois marcadores mas recuou, tudo para suspender a bola com maestria sobre os adversários na entrada da grande área. Remo, sozinho, recolheu-a e, sem deixá-la cair no chão, bateu com violência, estufando a baliza do time praiano mais uma vez. Dez a zero!

Bom, aí o árbitro se compadeceu e marcou um pênalti para o Jabaquara diminuir a contagem. Gradim marcou. De acordo com A Gazeta Esportiva: “Até que enfim o Jabaquara marca seu único tento, quebrando dessa forma a monotonia da descrição dos sucessos do Tricolor… A linha rubro-amarela resolveu fazer alguma coisa na… vida”.

Nessa altura, o Tricolor tirou um pouco o pé do acelerador e só voltou a marcar (como se precisasse) aos 40 minutos. Sastre, que deixara para trás um oponente, tocou para Leônidas, que, com boa visão, abriu na direção de Teixeirinha. O ponta avançou rapidamente e chutou forte nas malhas: 11 a 1!

Quando não sobrava tempo para muita coisa, eis que a linha ofensiva são-paulina aprontou novamente. Sastre, na linha de fundo, tocou para a pequena área, onde a bola encontrou Remo, que não fez outra coisa senão colocar com categoria no canto direito do goleiro. 12 a 1! Glória, acabou!

Foi a maior goleada do Tricolor em todos os tempos – ao lado daquela de 1933, mas os relatos sobre esses outros doze gols ficam para uma outra oportunidade!

 

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Troféu O Esporte, oferecido pelo jornal homônimo “Ao clube que marcou o maior número de tentos numa só partida durante o Campeonato de 1945”

 

08.07.1945
Campeonato Paulista
São Paulo (SP). Estádio do Pacaembu
SÃO PAULO Futebol Clube (SP) 12 x 1 JABAQUARA Atlético Clube (SP)

SPFC: Gijo; Piolim e Virgílio; Bauer, Ruy e Noronha; Rubén Barrios, Antonio Sastre, Leônidas/capitão, Remo e Teixeirinha. Técnico: Joreca.     

Gols: Remo, 17/1; Leônidas, 18/1; Leônidas, 31/1; Teixeirinha, 38/1; Remo, 39/1; Leônidas, 42/1; Rubén Barrios, 8/2; Leônidas, 11/2; Teixeirinha, 15/2; Remo, 17/2, Teixeirinha, 40/2; Remo, 44/2

JAC: Joãozinho; Zé Maria e Gradim; Gambá, Mário e Souza; Alemão, Baltazar, Baía, Leo e Tom Mix.

Gols: Gradim (pênalti), 19/2

Árbitro: Jorge Miguel
Renda: Cr$ 54.453,00

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